sexta-feira, 30 de setembro de 2011

QUESTÃO

Por que é tão custoso aos seres humanos serem humanos?


Evoluções que que nos permitiram andar sobre duas patas com a coluna ereta e usar de modo eficiente o polegar opositor ainda não foram suficientes.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

conVERSANDO

Ela

A porta se abre,
Um sopro gelado no rosto.

Mão no pescoço.
Sua frigidez esquenta a relação.

Com o toque não se ruboriza,
Pelo contrário, empalidece.

Em silêncio, fitam-se.
Desejam-se, querem um ao outro.

Boca com boca,
Intensa troca de fluídos.

Pausa para respirar.
A língua desliza nos lábios, ainda é possível sentir seu gosto.

Recomeça, é ainda mais intenso.
Ela se doa, de corpo e alma, com toda sua essência.

Após o último suspiro, um derradeiro olhar.
É largada, vem outra em seu lugar.


conVERSANDO

A bola

A bola rola, a torcida vibra.
A bola corre, a torcida canta.
A bola sobe, a torcida olha.
A bola avança, a torcida levanta.
A bola sai, a torcida senta.
A bola vai, a torcida sente.
A bola entra, a torcida grita.
A bola pára, a torcida cala.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Me metendo onde não fui chamado (conVERSANDO)

Pode? Pode!

Pode? Pode, estou afirmando.
Pode quando amamos.
Pode também, eu garanto,
Se, de outro modo, odiamos.

O escuro logo se torna claro,
E então, deixamos de enxergar.
O que era ruim, agora é bom,
Mas estranhamente deixamos de gostar.

Sentidos se confundem,
O sal, incrível, é capaz de adoçar
O açúcar, tão doce, perde o sabor,
Tornando agradável o amargo ao paladar

Pode, estou afirmando.
Quando tomados por sentimentos,
Que de tão distintos,
Tornam-se idênticos.

Definição

Ciúme: insegurança e desconfiança transfiguradas em aporrinhação.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

conVERSANDO

Razão Dá-Se A Quem Tem (Quem sabe, Noel? Quem sabe?)

Embriagado pelas circunstâncias,
Concebeu o futuro desejado.
O outro, contudo,
Daquele passado não havia participado.

Tudo aquilo que poderia ter sido,
Não aconteceu.
A chance a ser dada,
Quem deveria dar, não deu.

Contaram a história de outro modo,
Mas sensações e detalhes foram preservados.
Compreender tornou-se árduo,
Há novos personagens, o final modificado.

Cruzam-se, com cumplicidade, sem saber,
Que somente isso o destino prometeu.
Um guarda na memória,
As lembranças que o outro esqueceu

MÚSICA

O post anterior, por alguma razão, me fez lembrar da música CANTO DE OSSANHA, de Vinícius de Moraes e Baden Powell.

Talvez seja por causa da primeira estrofe da canção, que já começa escancarando. Se for fazer alguma coisa, faça logo!  

O Canto de Ossanha é, na minha interpretação, essa mania que temos procrastinar nossas a ações, esperando que o destino ou o tempo arrumem as soluções para nossos problemas. Quanto mais adiamos a resolução dos nossos problemas, mais forte se torna o Canto de Ossanha. "Vai, vai, vai, vai, não vou".

Grande Poetinha! A benção amigo! Saravá!


Canto de Ossanha (Baden Powell e Vinícius de Moraes)

O homem que diz "dou" não dá
Porque quem dá mesmo não diz
O homem que diz "vou" não vai
Porque quando foi já não quis
O homem que diz "sou" não é
Porque quem é mesmo é "não sou"
O homem que diz "tô" não tá
Porque ninguém tá quando quer

Coitado do homem que cai
No canto de Ossanha, traidor
Coitado do homem que vai
Atrás de mandinga de amor

Vai, vai, vai, vai, não vou
Vai, vai, vai, vai, não vou
Vai, vai, vai, vai, não vou
Vai, vai, vai, vai, não vou


Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não, eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor


Amigo senhor, saravá,
Xangô me mandou lhe dizer
Se é canto de Ossanha, não vá
Que muito vai se arrepender
Pergunte ao seu Orixá, o amor só é bom se doer
Pergunte ao seu Orixá o amor só é bom se doer


Vai, vai, vai, vai, amar
Vai, vai, vai, sofrer
Vai, vai, vai, vai, chorar
Vai, vai, vai, dizer


Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não, eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor

NEVER COMPLAIN, NEVER EXPLAIN, NEVER APOLOGIZE

Frequentemente, buscamos respostas, soluções, explicações, desculpas, escusas, pretexto  e outros subterfúgios para nossos erros, desacertos, desvios e faltas.

Não busque justificativas para seus erros ou até mesmo para suas frustrações (estado daquele que, pela ausência de um objeto ou por um obstáculo externo ou interno, é privado da satisfação de um desejo ou de uma necessidade - Dicionário Aurélio). O obstáculo, na grande maioria das vezes é causado pelo próprio frustrado, fruto da fraqueza deste e não da força de algo exterior.

Ninguém quer escutar lamentações, desculpas evasivas ou promessas que nunca se concretizarão.

Explicações são cansativas, reclamações irritantes, desculpas desnecessárias. Lembre-se do conselho, ou regra se quiser: Never complain, never explain, never apologize.

Se for preciso explicar, faça da forma mais breve e direta possível, como bem ordenou ao Coelho Branco, o  Rei de Copas: "Begin at the beggining, and go on till you come to the end: then stop.".

Se quiser reclamar, reclame com quem possa resolver. Reclamar com quem não tem condições de solucionar seu problema não resolverá questão, só pertubará terceiros, que nada têm haver com o caso e por simpatia, eduacação e cordialidade concordarão com você unicamente para não prolongar a situação desconfortável criada por aquele que reclama.

Agir deste modo é díficil até mesmo para aqueles que se policiam diariamente para assim atuar, pois é muito mais fácil tirar do bolso uma explicação razoável e convincente para todos nossos deslizes.




segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O reinício:

"A lógica é uma iguaria do pensamento. Mas há quem prefira comer capim." (Reinaldo Azevedo)